A deputada Janaina Riva (MDB) comentou à imprensa o motivo que teria levado o Executivo Estadual estremecer as relações institucionais com a parlamentar. Para a emedebista, sua candidatura ao Senado em 2026, levou o governador Mauro Mendes (União Brasil) a enxergar sua postura enquanto deputada como oposição, uma vez que o gestor também almeja a mesma cadeira. Nesta quarta-feira (30), a deputada explicou que sempre teve uma postura neutra e debatia pautas consideradas de seu interesse em conflito com o posicionamento do Estado. Porém, a deputada garante que antes de tornar público seu projeto de candidatura a senadora, nunca foi tratada como um problema ou inimiga política. “Da minha parte nunca mudou a relação, a maioria dos temas que a gente debate hoje eram temas que debatíamos lá atrás, antes não incomodava, eu acho que talvez o que esteja incomodando, ou começou mudar a relação, foi quando falei que seria candidata senadora. E foi no momento que eu disse que eu poderia ser candidata a senadora que meus vídeos que não eram problemas, passaram a ser. É uma preocupação que eu tenho porque o processo foi adiantado por conta do grupo do governo do que nossa parte”, disse a deputada. Janaina cita que mesmo almejando o cargo, não gostaria de ser uma oposição ao projeto de Mauro, até porque entende a projeção do governador no Estado. A parlamentar pontuou que seus três mandatos de deputada cumpriram a missão no Legislativo Estadual e por isso tenta traçar voos maiores. “Quando decidi a candidatura, em nenhum momento cogitei ser adversaria ao governador. Eu entendo a força que tem o governo, a força que tem uma candidatura de um governador, mas é claro que todos nos queremos crescer politicamente. Eu não quero viver deputada estadual, já cumpri minha missão na Assembleia, aqui se encerra um ciclo”, prosseguiu. Em 2026, Mato Grosso escolherá dois senadores para representarem o Estado. Atualmente, fazem parte da bancada do Estado: Jayme Campos (União Brasil), Margareth Buzetti – suplente do senador Carlos Fávaro – (PSD) e Wellington Fagundes (PL). Até o momento, cerca de seis nomes cogitam disputar o cargo: Janaina Riva, Mauro Mendes, Fávaro, José Medeiros (PL), Antônio Galvan, e Buzetti. Fala na tribunaNa última quarta-feira (30), Janaina subiu a tribuna e fez duas críticas ao deputado federal licenciado e atual secretário chefe da Casa Civil, Fabio Garcia (União Brasil) com acusações de perseguição política. Segundo ela, Fábio teria declarado que não pagaria as suas emendas parlamentares impositivas. Janaina ainda citou que caso as emendas não sejam pagas, faria um forte enfrentamento no parlamento. “Esse tipo de chantagem barata, ridícula e feita nas costas. Seja homem, fala isso pra mim que eu não gosto de molecagem. Eu sou mulher decente, tô fazendo aqui, desempenhando o meu papel. Não vem com molecagem para cima de mim. Ameaçazinha faz lá pra suas negas, faz pra lá. Não vem aqui fazer para mim”, pontuou. No mesmo dia Garcia utilizou sua rede social para rebater a manifestação de Janaina e afirmou que a deputada teve uma fala baixa e racista ao atacá-lo. Garcia não poupou críticas, disse que ela se fez de vítima e disparou: “Eu não fui criado com dinheiro da corrupção”. “Primeiro que não é a senhora que vai me obrigar a pagar suas emendas. É a lei que já obriga ao executivo estadual ou federal a pagar as emendas impositivas. Portanto, todas as emendas serão pagas como vêm sendo pagas, como foram nos últimos dois anos. Agora, quando o executivo paga a emenda do parlamentar, aí a senhora não vai determinar. A senhora faz o seu trabalho lá e eu farei o meu trabalho aqui”, disse. O secretário não se intimidou. “Se a senhora quiser me enfrentar, eu tô pronto. E mais, muito tranquilo”, disse. Assessoria/Caminho Político www.caminhopolitico.com.br www.debatepolitico.com.brCurta nosso Instagram: @caminhopoliticomtCurta nossa páginafacebook: @caminhopoliticoCurta nosso facebook: /cp.web.96@caminhopolitico @cpweb
Luto na política: morre o ex-deputado estadual Paulo Câmara aos 80 anos
Uma das figuras muito presentes no cenário político baiano, o ex-deputado estadual Paulo Francisco de Carvalho Câmera morreu neste domingo (04), aos 80 anos, em Salvador. Ele será cremado às 16h no Cemitério Campo Santo, no bairro da Federação. Natural de Itabuna, no Sul da Bahia, Paulo Câmara foi ex-deputado estadual por seis mandatos, ex-secretário de Estado e ex-presidente da Companhia de Ação e Desenvolvimento Regional (CAR). A presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) Ivana Bastos divulgou uma nota. Ela decretou luto oficial. “A ALBA está em luto por três dias em memória de Paulo Câmera, um homem público excepcional, de absoluto respeito e seriedade no trato com as contas públicas, dinâmico, espirituoso, além de ser um gentil no relacionamento com as pessoas. Meu abraço solidário a todos os familiares, aos seus filhos Bárbara, Betânia e Rubens, e amigos de Paulo, além de seus conterrâneos de Itabuna, sua terra natal”, lamenta a chefe do Legislativo baiano. A presidente da Assembleia Legislativa da Bahia – ALBA, deputada Ivana Bastos, decretou luto oficial na Casa, por três dias, pelo passamento, hoje (4.05), do ex-deputado estadual Paulo Francisco de Carvalho Câmera, aos 80 anos, em Salvador. “A ALBA está em luto por três dias em memória de Paulo Câmera, um homem público excepcional, de absoluto respeito e seriedade no trato com as contas públicas, dinâmico, espirituoso, além de ser um gentil no relacionamento com as pessoas. Meu abraço solidário a todos os familiares, aos seus filhos Bárbara, Betânia e Rubens, e amigos de Paulo, além de seus conterrâneos de Itabuna, sua terra natal”, lamenta a chefe do Legislativo baiano. Câmera exerceu seis mandatos consecutivos na ALBA, entre 1995 e 2015, licenciando-se entre 2011 e 2014 e, definitivamente, em 2015, não chegando a cumprir o mandato que iria até 2019. Foi 3º secretário da Mesa Diretora e presidiu importantes comissões, como a de Finanças e Orçamento (2001–2006) e a de Defesa do Consumidor. Participou ativamente de CPIs relevantes, como as que investigaram o Metrô de Salvador e a que apurou escutas telefônicas ilegais na Secretaria de Segurança Pública. Com grande experiência também no Executivo, entre 2011 e 2015 exerceu os cargos de secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e secretário de Agricultura, ambos durante o governo Jaques Wagner; e a presidência da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), em 1994, durante o governo Antônio Carlos Magalhães. Era formado em Administração Pública pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com especialização pela Fundação Getúlio Vargas. O ex-deputado será cremado ainda hoje, às 16h, no Cemitério Campo Santo, em Salvador. Bruno Wendel/Caminho Políticowww.caminhopolitico.com.brwww.debatepolitico.com.brCurta nosso Instagram: @caminhopoliticomtCurta nossa páginafacebook: @caminhopoliticoCurta nosso facebook: /cp.web.96@caminhopolitico @cpweb
Zoneamento Socioeconômico-Ecológico de MT: uma história sem fim?
Neste artigo vamos tratar acerca dos fundamentos legais, conceito e objetivos do zoneamento, que tem seu embasamento no inciso IX do artigo 21 da Constituição Federal, que estabelece que é competência da União a elaboração e execução de “planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social”. Sua denominação, incialmente Zoneamento Ambiental – como um dos instrumentos (art. 9º, II) da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, instituída pela Lei nº 6.938/1981 – passou a ser padronizada nacionalmente como Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), como se vê do Decreto nº 4.297/2002, que regulamenta aquele dispositivo, estabelecendo critérios para o ZEE do Brasil, e do ‘Novo’ Código Florestal, a Lei nº 12.651/2012, que, inclusive, fixou em cinco anos o prazo, já vencido, para a elaboração e aprovação do ZEE dos Estados que ainda não o possuem (art. 13, § 2º). Em Mato Grosso e Rondônia, porém, é denominado Zoneamento Socioeconômico-Ecológico (ZSEE), como se vê das Leis Ordinária MT nº 9.523/2011 e Complementar RO nº 233/2000. A inclusão do componente social na sua designação foi uma forma de enfatizar, quando da elaboração dos projetos de financiamentos internacionais que inicialmente lhes custearam (PRODEAGRO e PLANAFLORO, respectivamente), a necessidade de proteção dos grupos sociais vulneráveis (indígenas, quilombolas, seringueiros, ribeirinhos, agricultores familiares etc.) diante do avanço da fronteira agrícola no Noroeste brasileiro. Mas, afinal, o que é um ZEE? Diversos são os conceitos elaborados pelos pesquisadores e previstos pela legislação federal e dos Estados-membros. Como forma de esclarecer o leitor, com alguma segurança, do que se trata, registrarei aqui a definição e os objetivos que constam do já citado decreto norma federal que o regulamenta que estabelece que o ZEE é um instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas, estabelecendo medidas e padrões de proteção ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população. Seu objetivo geral é organizar, de forma vinculada, ou seja, obrigatória, as decisões dos agentes públicos e privados quanto a planos, programas, projetos e atividades que, direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando a plena manutenção do capital e dos serviços ambientais dos ecossistemas. Daí se vê a sua importância, já que, além de ser uma obrigação legal dos Estados Federativos como Mato Grosso, o zoneamento é um expediente essencial para organizar o desenvolvimento de um determinado território, para que seja socialmente justo, economicamente viável e ecologicamente sustentável. Ou, como já se disse inúmeras vezes, para que não façamos como os personagens da fábula e não “matemos a galinha dos ovos de ouro”, explorando desordenadamente os recursos naturais (solo, florestas, águas, minérios etc.) e desrespeitando os modos de vida daqueles que vieram antes de nós, até que se esgotem e se extingam. Ora, esse é exatamente o dilema do Estado de Mato Grosso, uma unidade territorial de confluência de três biomas (Cerrado, Floresta Amazônica e Pantanal), isto é, com riquezas naturais imensas e diversidade de povos e espécies única no planeta, e, ao mesmo tempo, o paradigma da fronteira agrícola nacional, considerado “o case de sucesso do agronegócio brasileiro”, maior produtor de soja, algodão, milho e carne bovina do Brasil. Como então garantir que essa enorme riqueza social, econômica e ecológica que, como diz o art. 225 da Constituição Federal é um “bem de uso comum do povo”, não seja destruída para atender as demandas da atual dinâmica econômica mundial, gerando riquezas para poucos e formas de renda momentâneas para outros? Como assegurar que esse tesouro de matas, rios, serras, terras férteis e povos originários e tradicionais possa participar desse modelo de desenvolvimento sem ser consumido por ele? Penso que a única forma é por meio da adoção efetiva de instrumentos de promoção do desenvolvimento sustentável – que permite satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer as necessidades das gerações futuras – como o ZSEE, como prática pública e privada no uso dos recursos naturais do território mato-grossense, respeitando-se, também, os modos de vida tradicionais na sua utilização, ou seja, com a obediência aos chamados direitos socioambientais. Alexandre Luís Cesar é membro do Instituto Histórico e Geográfico do Estado de Mato Grosso – IHGMT, Procurador do Estado e Professor Associado da UFMT.
EDIÇÃO PRIME: 12ª Semana do Cavalo é aberta com presença do governador e primeira-dama
Maior evento equestre do Centro-Oeste acontece até dia 11 de maio, no Parque de Exposições de Cuiabá. A 12ª Semana do Cavalo foi oficialmente aberta nesta sexta-feira (02.05), no Parque de Exposição Jonas Pinheiro, em Cuiabá. A cerimônia de abertura, realizada na Arena RAM, reuniu autoridades políticas, competidores, criadores, investidores e apaixonados pelo universo equestre. O evento contou com a presença do governador Mauro Mendes e a primeira-dama Virgínia Mendes, além secretários de Estado, deputados estaduais, a presidente da Associação Brasileira do Quarto de Milha (ABQM), Mônica Ribeiro, a prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti, e diversos empresários do setor. Durante o discurso de abertura, o governador Mauro Mendes destacou o crescimento das atividades ligadas aos cavalos no estado e compartilhou uma experiência pessoal com a equoterapia. “É uma alegria ver como esse esporte e essa atividade têm ganhado espaço e se desenvolvido no nosso estado. O Governo de Mato Grosso está comprometido com esse avanço. A Virgínia, que é madrinha da iniciativa, tem um carinho especial por essa causa. Minha filha participou da equoterapia, e essa experiência foi extremamente positiva para ela. Reafirmamos nosso apoio a esse importante trabalho”, afirmou o governador. O secretário de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, ressaltou os avanços e investimentos realizados em Mato Grosso no setor. “Mato Grosso tem se destacado pelos investimentos em genética e na qualificação de profissionais, com o objetivo de formar cada vez mais pessoas capacitadas para fazer o melhor. Por isso, acreditem no potencial do cavalo e na força do nosso estado”, destacou o secretário. Os organizadores do evento, os irmãos e proprietários do Haras Twin Brothers, Câe e Marco Póvoas, enfatizaram a importância da Semana do Cavalo para o estado e a capital. “É uma grande satisfação chegarmos à 12ª edição e ver a casa cheia, não só do público, mas também dos competidores. Hoje, fica claro o quanto o cavalo contribui para a sociedade, movimenta a economia e impulsiona o turismo, afirmou Caê Póvoas. “Mato Grosso é um estado rico em belezas e potencial. Eventos como este são oportunidades valiosas para apresentar nossas riquezas ao Brasil e aproximar a população do universo equestre. É um trabalho incansável e temos orgulho em dizer que somos de Mato Grosso, completou Marco Póvoas. A edição especial da Semana do Cavalo é uma produção do Haras Twin Brothers em parceria com a renomada produtora de eventos Ditado Produções, e segue até o dia 11 de maio. A entrada é gratuita, mediante doação de 1kg de alimento não perecível. Confira a programação completa: Sábado (03.05)8h – Três Tambores8h – Ranch Sorting8h – Curso Equoterapia17h – Tambor nas Canelas – Arena Supra18h – Treino Rodeio em Carneiros18h30 – Leilão HTB Working20h – Abertura dos PortõesLogo mais, show nacional com Ícaro e Gilmar. Domingo (04.05)8h – Curso Equoterapia9h – Seis Balizas | Cinco Tambores9h – Team Penning10h – Leilão HTB Lida, Marcha e Corte17h – Rodeio em Carneiros17h – Colo de Deus – Abertura dos Portões Segunda-feira (05.05)8h – Saída dos animais9h – Clínica Hipismo Clássico13h30 – Conexão Ciência e Cavalo18h – Show Regional Terça-feira (06.05)9h – Clínica Hipismo Clássico13h30 – Conexão Ciência e Cavalo18h – Show Regional Quarta-feira (07.05)8h – Workshop Arquearia Montada9h – Clínica Hipismo Clássico13h30 – Conexão Ciência e Cavalo19h – Show Regional Quinta-feira (08.05)8h – Workshop Arquearia Montada9h – ABQM Laço Técnico | Team Roping13h30 – Conexão Ciência e Cavalo18h – Leilão HTB Babies e Embryos19h – Show Regional Sexta-feira (09.05)9h – Team Roping9h – Julgamento Mangalarga Marchador13h30 – Conexão Ciência e Cavalo18h – Hipismo Clássico18h30 – Leilão MGD Ranch20h – Abertura dos PortõesLogo mais, show nacional com Os Menottis Sábado (10.05)8h – Julgamento Mangalarga Marchador8h – Hipismo Clássico9h – Team Roping17h – Laço Vaquinha20h – Abertura dos Portões23h – Encerramento OficialLogo mais, show nacional com Fred e Fabrício Assessoria/Caminho Políticowww.caminhopolitico.com.brwww.debatepolitico.com.brCurta nosso Instagram: @caminhopoliticomtCurta nossa páginafacebook: @caminhopoliticoCurta nosso facebook: /cp.web.96@caminhopolitico @cpweb
CONCLAVE: Igreja Católica pode escolher sucessor de Francisco pelo viés ambiental
Nascido no Sul do país, mais precisamente no município de Forquilhinha, região de Santa Catarina, Leonardo Ulrich Steiner já fez história ao ser consagrado pelo Papa Francisco como o primeiro cardeal-bispo de Manaus em 2022. Mas não é só isso; a nomeação dele o coloca na lista dos primeiros a assumir o posto pela Igreja Católica Apostólica Romana na Região Amazônica. Este ano, durante a 58ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, que aconteceu em Genebra, na Suíça, o cardeal de Manaus, que ocupa a presidência do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) – o qual já foi chefiado pelo arcebispo de Porto Velho (RO), Dom Roque Paloschi –, denunciou, diante das Nações Unidas (ONU) e do Alto Comissariado, os ataques aos povos indígenas no Brasil e, inclusive, a percepção da IC que enxerga como inconstitucional a aprovação do “Marco Temporal”, a Lei 147/2023, que estabelece que a demarcação das terras indígenas será baseada na ocupação ou disputa das terras pelos indígenas na data da promulgação da Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988. No trecho publicado pela Vatican News, o cardeal Steiner denunciou a violação dos direitos desses povos indígenas, pontuando que a lei não tem feito senão favorecer interesses de terceiros. “Neste momento, reformados e negociados para atender a interesses particulares que querem explorar economicamente os territórios, principalmente a mineração. Isso acontece através de uma mesa de negociação criada pela Suprema Corte, que pretende buscar acordos sobre direitos que são indisponíveis e inalteráveis, um retrocesso gravíssimo”, disse ele na reportagem publicada em 4 de março de 2025. A escolha e nomeação de Steiner por Francisco não foi por acaso: Francisco queria pontuar a importância da Amazônia no mundo, na visão da Igreja Católica como defensora do meio ambiente e, com isso, reafirmar a necessidade de preservá-la caso a humanidade queira continuar existindo. Em 2019, Francisco escreveu um estudo sobre a Amazônia, numa visão de integração entre os habitantes. Disse que o sonho era de uma Amazônia unida e que promovesse seus habitantes de maneira que vivessem bem. “Mas impõe-se um grito profético e um árduo comprometimento em prol dos mais pobres.” Com o conclave que começa no dia 7, onde a Igreja Católica escolherá seu novo líder, as apostas se voltam também para um possível defensor da natureza, como o Papa Francisco, que por diversas vezes emitiu pareceres com vistas à proteção das florestas para seus governantes. Ulrich Steiner, assim como outros cardeais, tinha a bênção do Papa Francisco. Aliás, ele figura na lista dos poucos que Francisco tinha em alta dentro da Igreja Católica, justamente pela visão humanista e menos conservadora, aliada a uma Igreja Católica que percorre o mundo levando a missão não apenas teórica, mas prática do que pede Jesus: “Se preciso, humilhe-se perante os seus pela paz.” Francisco pregava uma Igreja Católica menos fechada e mais aberta, uma IC de ações concretas. Ele mesmo chegou a declarar: “Uma Igreja que não sai às ruas vira ONG, e nós não queremos ser uma ONG.” Ainda que apontado por meios de comunicação internacionais como a Reuters, Leonardo Ulrich Steiner é um possível escolhido, mas tem pela frente uma missão difícil: convencer a maioria dos cardeais europeus, que detêm a maioria dos votos no conclave, de que pode e tem todas as prerrogativas para ser o “pastor” da Igreja Católica. Não apenas isso, Ulrich precisa, antes de tudo, mostrar que é um homem que pode consolidar o legado deixado pelo Papa Francisco, o qual elevou a Igreja Católica a um patamar jamais visto na história, exortando a Casa de Deus a ser um verdadeiro templo da humildade, em que os mais frágeis pudessem se enxergar. Não por acaso, suas ações desagradaram até mesmo membros da Igreja que ainda fecham os olhos para o verdadeiro papel de uma IC mais humanista. Na outra parte dessa possível escolha, existem personagens que não estão convencidos dessa propaganda, no Brasil, de ter um papa. O passado com padres que colocam a fé em rituais artísticos e milionários, além da pouca atuação da própria Igreja no cenário brasileiro, pesa desfavoravelmente. “Em São Paulo, tem o padre Júlio Lancelot que atua diretamente com a população de rua e, ainda assim, é atacado pelo bem que faz. Mas você acredita que esse ataque não é apenas político, como acontece com os políticos? Existem pessoas da própria Igreja, padres que torcem contra a ação de Lancelot. E do que estou falando é de um Brasil de fachada, que muito fala e pouco ajuda. Será mesmo que estamos preparados para um papa que pensa mundialmente?”, pontua uma pedagoga que a reportagem não irá identificar. Mas nem todos pensam da mesma maneira. Para a ativista e indigenista Nedinha Suruí, da Associação de Defesa Etnoambiental – Kanindé, a possibilidade de um papa brasileiro, e ainda da Amazônia, fortaleceria as ações em prol dos cuidados com a floresta. “Para nós, do Brasil, seria muito bom, principalmente saindo da nossa região do país”. “Eu prefiro um papa progressista que continue as pegadas do Papa Francisco e que modernize a Igreja”, declara. Um brasileiro ou um filipino? Francisco também tinha Luiz Antônio Tagle como um de seus queridinhos. Um cardeal de 67 anos, jovem e que segue linha parecida com a do falecido Papa Francisco. Mas caberá aos cardeais a missão de escolher o homem que liderará pouco mais de 1,4 bilhão de católicos. Independentemente da nacionalidade, que Jesus aponte o melhor para o nosso atual momento, que tem carecido de fé e compaixão pelo próximo. “De verdade, espero que eles escolham um papa que mantenha a maneira do Papa Francisco, que se mostrava um papa mais humano, um homem que se humilhava quando era preciso, perante os chefes de Estado. Ele mostrou uma Igreja Católica da forma que Jesus pede: na rua e menos dentro dos templos. Um papa europeu agora poderia descontinuar tudo aquilo que Francisco deixou em 12 anos de papado. Eu não coloco muita fé nessa escolha do papa de Manaus, mas nunca se
ATL MT: REM MT participa de mobilização indígena e discute programas jurisdicionais no ATL-MT
O Programa REM MT participou do 3º Acampamento Terra Livre de Mato Grosso (ATL-MT), realizado no campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá. Durante o evento, representantes do programa participaram de debates sobre crédito de carbono e REDD+ jurisdicional, destacando como o REM MT atua em benefício dos povos indígenas do estado. O coordenador do Subprograma Territórios Indígenas (STI), Marcos Antônio Camargo Ferreira, integrou a mesa de discussão “Crédito de Carbono em Mato Grosso: REDD+ Jurisdicional em Mato Grosso; REM MT; LEAF e outros”, e falou sobre as ações do programa e como funciona a repartição de benefícios do REM MT. Entre os pontos destacados por Marcos Antônio está o papel da Comissão de Governança Indígena do STI, que garante o protagonismo dos povos indígenas na definição de linhas temáticas, projetos e no direcionamento dos recursos. “É muito importante que todos entendam a comissão de governança do subprograma, e que, embora tenham membros não indígenas, como da própria Sema, FUNAI e IBAMA, entre outros, nenhum dos membros não-indígenas da governança têm direito a voto. Então na comissão de governança há indígenas e não indígenas, mas só os indígenas têm direito a voto nas tomadas de decisões”, explicou. Durante sua fala, o coordenador também comentou sobre a Fase II do Programa REM MT, reforçando a importância de os povos indígenas conhecerem seus representantes na Comissão de Governança e participarem ativamente da construção dos novos projetos, baseados nas demandas levantadas por essas lideranças. ACAMPAMENTO TERRA LIVRE DE MATO GROSSO O 3º ATL-MT é promovido pela Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (FEPOIMT) e integra a mobilização nacional liderada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). O evento reúne cerca de 300 indígenas, representando 46 povos do estado, entre os dias 28 e 30 de abril. A programação inclui apresentações culturais, debates, audiências públicas e discussões sobre temas como saúde indígena, educação escolar, juventude, políticas territoriais, sustentabilidade e a preparação para a COP30. Abril é reconhecido como o mês dos povos indígenas no Brasil, e o ATL-MT se consolida como um espaço de luta, articulação e fortalecimento da resistência dos povos originários em defesa dos seus territórios e dos biomas Cerrado, Pantanal e Amazônia. A participação do Programa REM MT no evento permite não apenas ampliar o diálogo com as lideranças indígenas, mas também garantir que suas vozes estejam presentes nas decisões sobre a conservação dos biomas e na valorização das culturas tradicionais. Ao participar do ATL-MT, o REM MT reafirma sua missão de promover a justiça climática e a equidade na repartição de benefícios, reconhecendo os povos indígenas como fundamentais na proteção das florestas e no enfrentamento das mudanças climáticas. CONHEÇA O REM MT O Programa REM MT é uma premiação dos governos da Alemanha e do Reino Unido, por meio do Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW), ao Estado de Mato Grosso pelos resultados na redução do desmatamento. Na fase I do programa, foram apoiados 157 projetos, beneficiando 144 organizações sociais, entre elas, 114 associações ou cooperativas. Os projetos abrangem os três biomas de Mato Grosso: Amazônia, Cerrado e Pantanal. Dentre os resultados alcançados pelo programa, se destacam as 603 aldeias atendidas, onde vivem 43 povos indígenas, os 107 municípios mato-grossenses beneficiados, as mais de 35 mil pessoas atendidas e os 160 mil hectares de desmatamento evitados em Mato Grosso por meio da atuação do REM MT, nos anos de 2021 e 2022. O Programa REM MT é coordenado pelo Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), e tem como gestores financeiros o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e a Fundação Amazônia Sustentável (FAS). Para sugestões, reclamações ou esclarecimentos, fale com a ouvidoria da SEMA pelo telefone: 0800 065 3838 ou (65) 99321-9997 (WhatsApp) . Assessoria/REM-MT/Caminho Político www.caminhopolitico.com.br www.debatepolitico.com.br Curta nosso Instagram: @caminhopoliticomt Curta nossa páginafacebook: @caminhopolitico Curta nosso facebook: /cp.web.96 @caminhopolitico @cpweb
Não é só um Paracetamol: O que você precisa saber antes de se automedicar?
Você já se automedicou alguma vez? Diante de uma dor de cabeça, qual sua primeira atitude? Para muitos brasileiros, a resposta é recorrer àquele comprimido conhecido. A automedicação, embora pareça uma solução rápida para sintomas leves, esconde riscos significativos para a saúde. Os números não deixam dúvidas: de acordo com o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), da Fiocruz, os medicamentos lideram as causas de intoxicação no Brasil, com mais de 30 mil casos registrados em 2022, majoritariamente em ambiente doméstico e com medicamentos de uso comum. Uma pesquisa do Conselho Federal de Farmácia (CFF) revela que alarmantes 77% dos brasileiros já se automedicaram, e mais de 40% repetem o uso de medicamentos por conta própria, baseados em experiências passadas, sem qualquer orientação profissional. Analgésicos, antitérmicos, anti-inflamatórios… Medicamentos de venda livre podem parecer inofensivos, mas seu uso indiscriminado pode gerar reações adversas inesperadas. Por exemplo, o uso contínuo de alguns anti-inflamatórios pode levar a problemas gastrintestinais sérios, como sangramentos e úlceras. Além disso, esses medicamentos podem sobrecarregar órgãos vitais como o fígado e os rins, e interagir perigosamente com outros medicamentos que você já utiliza ou com alguma condição de saúde preexistente. O risco é ainda maior para idosos, crianças e pessoas com comorbidades, que possuem organismos mais vulneráveis. Outro perigo silencioso da automedicação é o mascaramento de sintomas. Aquele alívio temporário da dor pode adiar a identificação de uma condição mais grave. Imagine uma dor abdominal que parece passageira e é tratada com um analgésico simples. Essa atitude pode mascarar uma apendicite ou outra emergência médica, comprometendo a eficácia do tratamento e colocando sua vida em risco. Em meio a esse cenário preocupante, o farmacêutico emerge como um aliado fundamental na promoção do uso racional de medicamentos e na proteção da sua saúde. Presente em farmácias e drogarias, esse profissional possui o conhecimento e a expertise necessários para orientar o paciente de forma segura e eficaz. Ele pode esclarecer suas dúvidas sobre medicamentos, verificar possíveis interações perigosas com outros remédios que você esteja tomando, avaliar seus sintomas e, quando necessário, recomendar a busca por atendimento médico. O farmacêutico é, muitas vezes, o primeiro ponto de contato com o sistema de saúde. Seu papel vai muito além da simples dispensação de medicamentos. Ele atua ativamente na prevenção de erros de medicação, na promoção da adesão ao tratamento prescrito e, crucialmente, na orientação sobre o uso adequado de medicamentos isentos de prescrição, alertando sobre seus riscos quando utilizados de forma inadequada. É fundamental distinguir o autocuidado da automedicação. Autocuidado envolve a atenção ao próprio corpo, a adoção de hábitos saudáveis, o reconhecimento de sinais de alerta e a busca por ajuda profissional qualificada quando necessário. Já a automedicação é a ação de tomar medicamentos por conta própria, sem o conhecimento e a orientação de um profissional de saúde. É nessa autonomia desinformada que reside o grande perigo. Buscar orientação, mesmo para sintomas considerados leves, é um ato de responsabilidade com a sua saúde. Em vez de confiar apenas na memória ou em experiências passadas, confie em quem dedicou anos de estudo para entender a complexidade dos medicamentos e seus efeitos no organismo. Por trás daquele comprimido aparentemente inofensivo, pode existir um risco invisível. A automedicação, embora culturalmente aceita por muitos, é uma prática que precisa ser revista com urgência. A informação e o acesso à orientação correta – especialmente com o apoio do farmacêutico – são ferramentas poderosas para transformar essa realidade e proteger a sua saúde. Portanto, da próxima vez que surgir a dúvida: “Será que posso tomar isso?”, lembre-se que a resposta mais segura e confiável pode estar a poucos passos de distância – dentro da própria farmácia, na conversa com o farmacêutico. Sua saúde agradece essa atitude consciente e responsável. Luís Köhler é farmacêutico, Especialista em Farmacologia e Farmácia Clínica, possui MBAs em Inovação e Empreendedorismo e Liderança e Coach na Gestão de Pessoas. É especialista em Gestão Regulatória de Farmácias e Drogarias e Presidente da Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Farmácias Comunitárias (SBFFC-MT).